AS CRIANÇAS devem ter um lugar próprio no pensamento substancioso dos crescidos, no qual possam estar sem correrem perigos, moral e físico, afrontas à sua integridade ou tão só ignoradas no seu papel de promessas de vida. O futuro apenas se poderá discutir, se os adultos as tiverem como parceiras indisfarçáveis, incontornáveis.
Por estas razões, e por muitas outras que se poderiam encontrar nas áreas da sua formação evolutiva, teremos de pensar criteriosamente que somente estimando-as, encorajando-as, promovendo-as e acima de tudo ensinando-as, numa transferência de conhecimentos cuidada, poderemos contar com elas no amanhã.
Importa pois saber nelas, onde se encontram as suas maiores fragilidades e procurar alijá-las, evitando sobrecarregá-las, gratuitamente, com o ónus de desafectos que magoam o ego, atrasando o crescimento multidimensional, que vai do somático ao cognitivo.
É pois dever dos adultos dedicar-lhes atenções máximas, mas em especial aqueles que, pela sua relação intrínseca, foram causa próxima do seu surgimento por via de uma concepção natal pensada, expandindo-se em cadeias através das suas fases de evolução educacional. Estou a referir-me em primeiríssima linha e pela ordem natural no campo parental, a pais, a avós, a familiares colaterais; pela do ensino, através de professores e de educadores de infância e pela da sociedade como um eixo axial de cidadania, por cada membro com responsabilidades actuantes, que se deverá denominar de educador e que quotidianamente interage com esses seres maravilhosamente frágeis.
Eu sou uma dessas figuras que por ter sido professor, jamais haverei de deixar de o ser e esse sentimento de entrega fez e faz-me reconhecer a existência de erros estruturais cometidos em continuidade sobre as CRIANÇAS, que urge discutir com desassombro e sobre eles reflectir, a fim de repensarmos a educação e o conceito de mundo novo.
Esta forma de estar face às crianças, quase que me impeliu, sem recusa, à escrita de um livro que intitulei e subintitulei “O MUNDO DAS CRIANÇAS – pedacinhos de vida na vida de um professor”, com prefácio sabiamente escrito, porque também profundamente sentido, do Sr. D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro, eminente autoridade eclesiástica, profundamente enraizado na problemática infanto-juvenil social.
O primeiro lançamento decorreu em Cinfães, minha terra natal; de seguida em Lamego, terra adoptiva onde leccionei durante trinta anos; o terceiro, num encontro de professores eméritos que decorreu em Coimbra e agora em Porto/Matosinhos.
É para esse Espaço Cultural que o quero convidar, para me sentir apoiado na ênfase educativa que imprimi a esta obra literária, na ânsia de receber o feedback, tão necessário a uma avaliação crítica.
O evento terá lugar no dia 10 de Julho de 2007, Terça-feira da próxima semana na FNAC do Norte Shopping, pelas 21 horas e 30 minutos.
Como se trata de uma obra para adultos com interesse pedagógico, didáctico, buscando também razões de índole psicológica, fizeram dela, após os lançamentos aludidos, um livro procurado e requisitado, pelo que o dia 10 de Julho fp terá já a marca de Segunda Edição.
Às pessoas que comigo possam estar, apelidá-las-ei de entusiastas da Educação, estimulando-as a deixarem-se tocar pelo fenómeno do Ensino/Aprendizagem, tomando-o como coisa sua, discutindo-o e dando pareceres, afirmando e infirmando, concordando e discordando, e porque não, elevando mesmo a voz à mesa, onde se sentam os indiferentes. Em Educação, o estado amorfo a que muitos cidadãos estão a ser votados, mas no que outros comodamente tentam quedar-se, poderão transformá-los em facilitadores de um laxismo, que reabrirá por certo a sepultura da alfabetização e das tentativas de surgimento cultural, pós vinte e cinco de Abril, permitindo com desfaçatez que o analfabetismo dos que sabendo ler, mas não compreendendo o que lêem, rume em direcção à iliteracia funcional, ou seja de uma forma simplificada, parecendo que decifram códigos linguísticos, mas sem o saberem fazer, como os cavalinhos de madeira das feiras, que parece que andam, mas não andam. Cuidado com as CRIANÇAS, grito de alerta lançado um dia pelo pedagogo Sebastião da Gama, nas décadas de cinquenta/sessenta. Estamos numa altura crucial de problemas endémicos que afectam os diversos sectores da vida nacional educacional a que é preciso pôr cobro fazendo-lhes frente. Unamo-nos ao todo com a nossa quota-parte, que podem crer, será um contributo sério, profícuo e generoso, sem necessidade de hostilizar, basta auxiliar com honra.
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